Monday, July 24, 2006




Alcool em virtude do desmorno,
São coisas do coração
Esquecem que são amigos,
que passam de mão em mão
Levando uma vida inutil
Está em todos dentro de nós
Estampada na outra face
É um rio que nasce na foz
A diferença marca à partida
Um rumo que não volta atrás
Amizades desta vida
Ode fenomenal erguida
Que ao morrer nos dá a paz.

Tuesday, July 18, 2006

















"...Hoje estou cruel, frenético, exigente, amo incessantemente, os ácidos, os gumes e os ângulos agudos..."

Cesário Verde (O Deambulante)

Hoje estou revoltado, enraivecido, nervoso. Para mim a lógica e a ordem não fazem sentido, embora surja sempre algo de um caminho desaparecido, escondido que componho e ponho no lugar. Sinto a brisa quente do calor escasso dos corações que deixaram de bater, sinto o fogo fátuo a subir até ao tecto num desabafo que deixo em respiração ao fumar um cigarro, e desperto pra lá de quem é realmente meu. Quem será, eu? Vejo a vida disforme e um dia que me consome como hoje alerta-me para viver, faz-me ver que nem tudo se resume a solidão, à compaixão que temos de nós próprios. A vida apaga-se num ápice e quando se quer voltar para trás desce-se velozmente a montanha que tanto custou a subir, para ter de o repetir, pelo caminho que melhor se conhece. Se isto não é deambulação, penso que é mesmo é vida de cão...
Tenho dito