...Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir...
Mariza, in "A chuva"
Hoje vou falar das pessoas que nunca serao vulgares, vou falar daqueles a quem tiro o chapéu e faço uma vénia, das pessoas que foram em mim uma fonte de inspiraçao.
Por analogia a um bom jogo de estratégia, todos nós jogamos na vida aquilo que queremos, e somos quem quisermos pois tudo depende da nossa capacidade de dedicaçao e abstracçao em relaçao ao que nao gostamos de ser, e, da nossa capacidade de captaçao e absorçao em relaçao ao que gostamos de ser. Existem pessoas boas que passam e pessoas boas que ficam, mas todas essas pessoas vivem cá dentro, e sao um pouco de nós. Quantas vezes nao ultilizamos locuçoes que ouvimos alguém dizer, vestimos roupas como as que vimos alguém usar, fazemos e agimos com alguém nos ensinou, com os seus conselhos, os seus "puxoes de orelhas", a sua forma de ser e de estar. Olhamo-nos ao espelho e nao vemos apenas a nossa pessoa, vemos todas aquelas que passaram e nos ensinaram a ser como somos. Umas já partiram e nunca mais as vemos, outras já partiram de outras formas e a sua presença desparece da mesma maneira, até que chega o dia em que é a nossa vez de partir (seja como for) da vida das pessoas a quem inspirámos de alguma forma. Por isso minha gente, vale a pena aprender com essas escassas pessoas mais que construir projectos de vida sem cor, viver em lugares inóspitos e sem sabor, dar a quem nao quer receber com o mesmo glamour com que se faz as viagens de uma vida e se aprende com a escola do dia-a-dia. Às pessoas que me ensinaram a viver, a voçês que nunca deixaram que me perdesse da minha alma, nunca deixem o vosso coraçao ser um fraguedo, porque o meu faz parte de vós e comigo ecoa o ribeiro da liberdade onde sempre escutarei a calma da vossa voz...