Sunday, September 24, 2006

Sou mesmo é vagabundo...

Visto-me de ironias, a minha vida levou uma volta de 270º e espetei-me de lado contra a parede tentando empertigantemente passar a porta que me leva às escadas para o outro nível da vida, mas passei...
Acabei com tudo o que havia para acabar neste momento, está na hora de seguir outro azimute e descobrir o que ainda há para decobrir, e é tanta coisa, que mesmo que vivesse três vidas, não tinha tempo para ver nem metade. Mochila às costas, areia no pé e samba na areia. É a musiquinha que machuca os corações...
E a quem me pergunta, querendo saber quem sou eu? Respondo na brincadeira, ..."Sou o Rei do meu mundo, mas não é por causa disso que vou deixar de ser vagabundo"...

Thursday, September 14, 2006

Passeio por uma calçada de Lisboa, e no obséquio de querer não olhar para as pedras do chão, ergo os olhos e deparo-me comigo. A vida surge dentro de mim vinda de trás e num ápice acaba com o desejo de um futuro que se quer que seja belo, mais depressa do que o tempo passa e a solidão ( essa teimosa de sempre ) já não volta a aparecer. Estranho este sentimento de desencontro, dentro das muralhas do meu paraíso. Conceitos disparados para o ar, a vida não se rege de conceitos. Vivo intensamente tudo o que toco, sofro intensamente com tudo o que me fere, sou um mártir de mim mesmo, mas não deixo para o esquecimento as coisas que dão sabor à vida, e só conheço uma forma de amar, loucamente. Não perdoo os erros que tive de cometer, alguns que me passaram ao lado, desencontrando-me constantemente da utopia existencial. Quero, sou e aqueço a chama da paixão que tenho pela vida, e, esse ardor que se libertará numa brisa de ar fresco, irá comigo para a sepultura, um dia, velhinho quem sabe, quando todos os sonhos se acabarem, e o milagre da existência termine. Até lá viverei intensamente, amarei a vida desenfreadamente e a tudo o que me move, a todos que me fazem viver (que são o centro do meu mundo), viverei por eles, e serão sempre as pessoas mais importantes da minha vida, porque por eles sou quem eu sou. Principalmente à pessoa que dedicou o seu o seu amor e sofrimento, em acreditar num amor ferido e maltratado, que no jeito inocente de quem quer fazer as coisas bem, acabou por se perder comigo dentro de um orgulho que é só meu e sofreu ao meu lado, porque eu também sofri ao seu. Inocentemente, é ela a coisa mais linda que descobri na vida, é a soberba virtude da minha pureza, o brio e a vaidade da minha natureza, só lamento por me ter desencontrado...

"...A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida...."
Vinícius de Moraes

Monday, September 11, 2006

Errante na harmonia der ser ninguém,
Sinto o vento na minha face
Como se fosse alguém
Que me chama,
Que me desperta,
Da harmonia de uma solidão incerta,
Sinto o vulto de um olhar mais sério
Sinto o amargo sabor do mistério,
Que sou eu,
Alguém incerto,
Sou a calma chuva do deserto,
Sou a sóbria chama de uma vela,
Alguém que detesta e o mesmo tempo ama
A brisa errante que vem e retorna,
A vida, a morte e a entre elas
Sou eu,
O mundo em constante entropia,
O calor do fio da agonia,
Uma mar que se afoga e ao mesmo tempo chora,
Na triste errância da demora,
De crescer,
De ser alguém,
Sou eu, ALGUÉM!!!!!!!!!!!!!!!!!

Sunday, September 10, 2006

Deixo para dizer aquilo que não quero escrever, o vazio do nada que assombra a minha casa, transparece no nada que sai do vazio de dentro de mim, vou perdendo tempo. Uma voz ecoa no fundo do meu peito, dizendo-me que a vida está prestes a mudar, vem com o cheiro a saudade de uma maresia das ilhas gregas, sinto a brisa e o calor de um sol poente, oiço a razão que não mente, tem de ser assim... E é tão tarde! O regresso a casa é sempre triste quando, numa noite de domingo, inesperadamente me encontro sozinho, na escuridão da infelicidade que nem sempre é minha. Deixar partir alguém, seja que de forma for, é um sentimento abrupto, que desperta com uma certa intensidade a brutalidade do coração. Quem não ama não sabe perder, e quem perde alguém que ama, tem de sofrer. A vida é assim... Nunca perdi o meu tempo, apenas deixei que o tempo se perdesse em mim...