Wednesday, June 06, 2007


Onde vivo, eu estou, apenas sou, porque estou, onde começa o sonho, acaba a realidade e onde acaba o habitual e começa a saudade. Nao sei se sou, mas estou... No local onde me ardo e consumo, deixo passar o tempo e ele passa. Passa nos caminhos do dia-a-dia, passa quando me perco nas ruas das cidades que nao conheço, passa, porque tem de passar. Sou o Arlequim desta Colombina vida de Pierrot, sou o que sou, quando quero e nao quero, quando estou ou nao estou.
Quero-te contar as histórias das minhas viagens, quero-te contar como choro de rir, quero-te contar a minha dor nos silenciosos apelos, quero-te dizer as coisas que nao posso contar, quero-te, como sempre te tive, vendo-me a actuar. Sou o plateau de noites inesquecíveis, sou o plateau vazio das madrugadas, sou o plateau de todas as histórias em que fui o rei, o heroi, o vilao ou o cozinheiro. A minha vida é a sala de um teatro, nao tenho encenador e vejo as peças na primeira plateia...
Na comédia da arte em que quero viver, sou um mero espectador olhando-se ao espelho...

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