Tuesday, July 18, 2006

















"...Hoje estou cruel, frenético, exigente, amo incessantemente, os ácidos, os gumes e os ângulos agudos..."

Cesário Verde (O Deambulante)

Hoje estou revoltado, enraivecido, nervoso. Para mim a lógica e a ordem não fazem sentido, embora surja sempre algo de um caminho desaparecido, escondido que componho e ponho no lugar. Sinto a brisa quente do calor escasso dos corações que deixaram de bater, sinto o fogo fátuo a subir até ao tecto num desabafo que deixo em respiração ao fumar um cigarro, e desperto pra lá de quem é realmente meu. Quem será, eu? Vejo a vida disforme e um dia que me consome como hoje alerta-me para viver, faz-me ver que nem tudo se resume a solidão, à compaixão que temos de nós próprios. A vida apaga-se num ápice e quando se quer voltar para trás desce-se velozmente a montanha que tanto custou a subir, para ter de o repetir, pelo caminho que melhor se conhece. Se isto não é deambulação, penso que é mesmo é vida de cão...
Tenho dito

2 comments:

Anyone said...

Há caminhos que se sobe, há outros em que se desce. Mas a vida é mesmo assim, uma montanha que trilhamos vezes sem conta. Ficar parados no sopé da montanha é que não.

Anonymous said...

O importante é a caminhada não o caminho. E no fim vale sempre a pena.