Thursday, July 05, 2007





De Repente

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Vinicius de Moraes




2 comments:

Andorinha said...

Isto anda mto paraducho! ;)

Gosto mais quando do pranto se faz riso; de quando do vento se faz calma; do pressentimento se faz paixão...e sem dramas. E o amigo mais próximo é por vezes aquele que está mais distante...
Pensa nisto meu amor.
Beijos grandes da Fifinha

Mário said...

Tudo isso é verdade, porque da verdade apenas se sabe que o falso é o que nao é verdadeiro, e o verdadeiro tem muitos pontos de vista. O que se gosta nao se discute e eu prefiro ve-lo pelo teu ponto de vista, mas às vezes é assim que sao as coisas, como dizia o Vinicius...