Sunday, January 14, 2007














Destino do Vagabundo


Na manhã volta de novo embriagado,
Sujo de lágrimas e de tudo o que pôs lado,
Voltando a casa num triste lamento,
É um ícone saudosista do sofrimento,
Vive escondido no antros do fado,
Alguém que não sabe fugir do passado,
Fugindo em vão da penitência…


Na noite acorda com o coração gelado,
Lavado de mágoa e um olhar ressacado,
Sai para a rua num inerte sentimento,
De solidão gasta e quem sabe tormento,
É um vanguardista da vida, é um homem acabado,
Cuja eloquência bebe, na tasca do lado,
Para quem a vida perdeu a essência…

E assim escondido, triste, vencido,
Põe termo à vida num copo de vinho,
Chorando como quem não chora, ele grita,
Esquece a vida, relembra o amor,
Que canta meio engasgado e com dor,
Num arpejo de saudosismo…





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