Thursday, June 22, 2006














Se a vida trouxesse no leito de quem se deita
O jeito e o peito de quem se ama
E no regaço perdido de algo que já não tem razão
Nasce a paz de viver em céu aberto, vivendo em solidão
Gritanto por algo que não pode ouvir, que corre a fugir
Arranca-se do nada e acaba-se no mesmo local
Comendo o fel que cheira mal
E fede tudo em redor.
Guarda-se a vida numa garrafa e deita-se ao mar
Esperando o desespero de alguém a encontrar
Ou de continuar a boiar, nesse mar perdido
Em que as existências não passam do mesmo sitio
Nem as circustâncias que nos deixam presos neste local
Têm o sabor dessas lágrimas de sal
Choradas pela fixação de ter de seguir sem nada
E fazer-se de novo ao mar, continuamente sem parar
Descobrir o mundo a navegar
Porque se está dentro de uma garrafa
Nesta aventura solitária…

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